3 de julho de 2009

Um pouco de tudo

Muitas vezes quis escrever nestes dias, mas não achava o que. Talvez pelo cansaço do final de semestre, talvez pelos problemas que ocupam a maior parte dos meus pensamentos. Só agora tomei coragem de enfrentar a tela, o espaço vazio esperando ser preenchido de palavras. É muito difícil, as vezes, expressar o que se sente, expressar o que se pensa.
Mas é mais difícil ainda estar sozinha. Agora, com o final do semestre, todos estão viajando de volta ao lar. Eu, ainda tenho que ficar aqui estes dias. E é muito duro. A tristeza vela o coração mesmo sem querer, mesmo lutando com todas as forças para se manter alegre, normal. Os dias corridos, as tantas coisas para resolver ajudam a se distrair, mas chega o momento que o coração fica pesado, e as lágrimas se juntam querendo sair todas ao mesmo tempo. E não se pode fazer nada, só chorar, ou então aguentar a vontade de chorar.
Muitas vezes experimentei isto, muitas vezes irei experimentar. Sentimento conhecido, a tristeza. Algo que é universal, compartilhado por todos, sejam brancos, negros, amarelos ou o que seja. Mulheres e homens, crianças e adultos, todos algum dia experimentaram a tristeza. Ai é quando vemos que todos somos iguais. As diferenças que os homens se impõem uns aos outros, classificando as pessoas por cor, sexo ou riquezas, tudo é artificial. O ser humano básico continua ai, sentindo, chorando ou rindo, amando ou odiando. Passando fome, sede e cansaço da mesma forma. Por que então, ser humano, te iludes e aferras às diferenças artificiais? Porque não te aceitas homem um, como és na verdade?
Voltando à tristeza, é bom desabafar. É bom escrever. É bom ter como dizer o que está fechado no peito, afogando, oprimindo o coração. É tão ruim quando não se tem alguém por perto, alguém que possa entender, que não tente impor suas opiniões, só que esteja ali ouvindo. É tão ruim se sentir sós...
Muitas coisas têm acontecido nesta semana. A mais famosa, claro, é a morte de Michael Jackson. No meio de todos os "choros" dos fãs, no meio de toda a publicidade, de todo o sensacionalismo, se esconde um desrespeito absurdo para com o morto. Isto é, o cara acabou de morrer, e já estão vendendo imagens, sons, tudo que tenha a ver com ele. Se aproveitando da tristeza alheia para fazer dinheiro. Afinal, dinheiro é o que mais importa neste mundo materialista. A única coisa que tenho a dizer, com respeito ao cantor, é que acho que teve uma vida muito mas muito triste. Se via nos olhos dele. E agora, nem acabou de morrer e estão já divulgando todos os "aspectos secretos" da sua vida. Pobres estrelas. Pobres famosos. Vidas sem paz, mortes com menos paz ainda.
Nestas palavras todas, falando um pouco de tudo, encontrei o médio para me tranquilizar. Escrever me faz bem. Todas as coisas que estavam "cravadas no peito", agora estão, como dizer... cravadas no papel.