Riflessioni sulla vita e la società. Espaço para a reflexão dos assuntos da vida, teológicos e sociais.
14 de dezembro de 2009
A Mulher Invisível, o mundo invisível
12 de dezembro de 2009
Ahhhh Hipocrisia...
Este e-mail, recebido por um amigo de um remetente anônimo, é absurdo. Como é possível alguém que diz que "ora" (ai que coisa linda!) chamar um seu irmão em Cristo de BABACA? Como é possível que alguém que se diz ser vo do Senhor escreva um absurdo destes? Agora quem está inconforme com certas situações que estão acontecendo no seminário onde moramos e estudamos não pode falar! Não pode protestar! Já são poucos (quase ninguém) os que se atrevem a falar em voz alta suas opiniões, dúvidas e reclamações. E quem o faz recebe cartas ANÔNIMAS, ameaças e insultos! Que beleza, e isto por parte de quem se proclama defensor do seminário, crente fervoroso que "ora" e busca uma solução para o seminário... só que puxando o saco não se soluciona nada!
Ahhh hipocrisia, temos que estar dentro do molde, senão somos apontados como os ruins, os que não fazem nada por ajudar... claro, a gente tem que baixar a cabeça e morrer de medo e calar ante as injustiças às quais somos sometidos... e ainda tem gente que fala que estão fazendo tudo pelo bem de quem mora-estuda no seminário! É absurdo! É hipocrisia se dizer cristão e escrever uma coisa dessas. É hipocrisia pôr a máscara de santo, de crente, e ameaçar o próximo! É hipocrisia, é antiético, é totalmente ridículo que alguém queira calar a quem tem todo o direito de opinar, de expôr seus pensamentos!
Até onde chegarão estes "cristãos" que "oram" (da mesma forma que os fariseus oravam)? Até onde irá o seminário se ninguém se levanta para protestar? Ai de nós! Quando deixaremos o medo? Quando de verdade agiremos para procurar melhorar o nosso lugar de estudo e moradia, sem pensar nos interesses da instituição somente? E nós? Não temos voz? Não temos opinião?
11 de dezembro de 2009
Día de Censo en Belén
Buscaron alojamiento en una posada, pero eran caras y estaban repletas. Al final se acomodaron en una pesebrera habitada solo por una mula y un buey. Empezaban a descansar cuando apareció un eficiente empadronador del Departamento de Estadísticas que, al saber de los dos inquilinos del establo, acudió a cumplir con su deber e incorporarlos al censo.
Tras indagar por nombres y edades, sondeó el estatus económico de la pareja.
- ¿Profesión del varón?
- Carpintero -respondió José.
- ¿Profesión de la mujer?
- Hogar -respondió María.
- ¿Ingresos mensuales?
- A veces poco y a veces nada -respondieron en coro.
- ¿Casa propia?
- No, pieza de alquiler.
- ¿Aljibe en casa?
- No, tinaja prestada.
- ¿Animales domésticos de su propiedad?
- Ninguno.
- ¿Trajes?
- Las dos túnicas que llevamos puestas.
El censista, conmovido, anotó "Estrato 1" y formuló la última pregunta:
- ¿Nombre de los antecesores del jefe de familia? Supongo -agregó-: que serán desconocidos, con lo cual escribiré N. N.
- Eso sí que no -protestó indignado José-. Sepa usted que soy pobre, pero de muy buena familia, pariente del rey David, y que entre mis antecesores no hay ningún N.N. Ya que lo preguntó, anote con buena letra.
Y empezó a dictar al sorprendido encuestador:
-Abraham engendró a Isaac; Isaac engendró a Jacob; Jacob a Judá, Judá a Fares, Fares a Esrom, Esrom a Aram, Aram a Aminabad, Aminabad a Naasón...
- Perdone: ¿ese Naasón lleva tilde? -interrumpió el funcionario.
- Sí, por tratarse de palabra aguda terminada en ene -respondió José, y prosiguió imperturbable -: Naasón engendró a Salmón (no confundir con Salomón, por favor), Salmón a Booz, Booz a Obed, este a Jesé y Jesé al rey David.
- Muchas gracias -dijo el empadronador aliviando el brazo.
- No, no, la cosa sigue: David engendró a Salomón, Salomón a Roboam, este a Abías, Abías a Asa, Asa a Josafat, Josafat a Joram...
- Mijo -lo detuvo María¿: voy a recostarme porque me siento como mareada.
- Anda -dijo José, y continuó-: Joram engendró a Ozías, Ozías a Joatam, Joatam a Ajaz, Ajaz a Ezequías, este a Manasés, Manasés a Amón, Amón a Josías y Josías a Jeconías y sus hermanos... ¿recuerda la historia del cautiverio en Babilonia?
La noche caía sobre el portal de Belén y José seguía dictando.
- Creo que sí -comentó el agobiado funcionario, que ya había llenado seis papiros proforma con los antepasados de José.
- Bueno, pues Jeconías engendró a Salatiel, Salatiel a Zorobabel, este a Abiud, Abiud a Eliaciam, que engendró a Azor...
- ¿Con zeta?
- Sí; los Asor con ese son una familia distintísima. Le decía que Azor engendró a Sadoc, Sadoc a Aquim, Aquim a Ekiud, Ekiud a Eleazar...
En ese momento una luz celestial iluminó el pesebre y flotaron cantos angelicales. José se vio obligado a gritar para que lo escuchara el agotado censista:
- Eleazar engendró a Matán, Matán, que era mi abuelito, engendró a Jacob, y Jacob, que era mi papá, me engendró a mí...
Se oyó entonces el llanto de un recién nacido y, desde el fondo del establo, agregó la voz dulce de María:
- ¡Y José acaba de engendrar a Jesús...!
El funcionario largó mamotreto y lápiz y cayó de rodillas, maravillado.
Por Daniel Samper Pizano
10 de dezembro de 2009
Meu amor
13 de novembro de 2009
Heranças medieváis na Igreja
Em muitos aspectos a Idade Média acabou de verdade. Mas dentro das nossas igrejas insistimos em conservar muitas coisas que desde esta época aprisionam o ser humano, fazendo-o ser, literalmente, uma "ovelha", na mão do seu pastor. Algumas são tão ridículas que se as pessoas parassem para pensar um pouco se revoltariam. Mas geralmente todo mundo se submete. Afinal, é da vontade de Deus que as coisas sejam desta maneira. E aqui é onde começam as heranças medieváis:
1. Qualquer regra de conduta é legitimada na vontade de Deus. Isto era feito pela Igreja Católica na Idade Média, e continua sendo feito por cada pastor em cada igreja. Eu tenho que ler a Bíblia porque é vontade de Deus. Eu não posso ir dançar porque Deus não gosta disso. Assim, além das pessoas ser alienadas e amedrontadas (contra a vontade de Deus, o que podemos fazer?), elas nunca vão a aprender a ser donas dos seus próprios atos, de afrontar as consequências de suas próprias escolhas. Elas vão fazer-não fazer por medo do castigo "divino".
2. A deificação do sacerdote-pastor ou o que seja. Agora são até bispos primazes, apóstolos, títulos que demonstram que o ser humano não saiu da coleira. A maioria de igrejas tem o seu pastor ou líder no patamar dos santos. Seja pelo impedimento de chamá-lo pelo nome, seja pela adoração descarada, as massas estão sendo levadas, ou melhor, já estão acostumadas, a ver no pastor a representação de Deus. Ele é o "servo de Deus", o que lhe dá direito a ser infalível. Sua palavra é lei (mesmo em algumas igrejas batistas, pelo que deveriam ser democráticas, quem faz o que quer é o pastor... e se alguém não gostar pode mesmo é ir embora!!), sua pregação revelação divina, não é possível questioná-lo... afinal, ele é um santo, e sabe mais do que a gente, então o que ele diz está certo. E assim, dia após dia muitas abobrinhas são lançadas sobre os fiéis (nem todos os pastores são ruins, mas há uns que misericórdia! E lastimavelmente eu tenho conhecido muitos dos últimos...). Ahhh, o povo da igreja, somos fiéis, não de Deus, mas do pastor. Olha só, e somos ensinados a obedecer, abaixar a cabeça como boas ovelhinhas, porque, você sabe, Deus não gosta de rebelião...
3. A demonização do outro. Isto vem mesmo desde antes da Idade Média, vem desde o regime sacerdotal pós-exílico, que se abrogou o direito de ser dono da verdade absoluta. Se eu estou certo, o outro está errado, é ou não é? Pois é, e até hoje quem não comparte o que eu penso, quem não aceita a minha verdade, é o pagão, o errado, o filho do diabo... aquele que me contamina se fico por perto dele. E pensar que esta mentalidade legitimou as massacres da colonização, que os povos nativos destas terras foram assassinados em nome de uma verdade absoluta revelada por um "Deus absoluto"... e o cristianismo, desde a sua origem, se fez com sangue! Hoje não matamos, mas desprezamos, discriminamos, olhamos com cara de "tadinho dele vai pro inferno", rejeitamos e às vezes até humilhamos. E dizemos ainda por cima que Cristo amou o mundo... só que, para nós, esse mundo somos nós mesmos! Que lindo, Deus nos ama, o resto que se ferre, eles não acreditam na minha verdade, merecem ser condenados! E depois colocamos a culpa na maldade do mundo pelas injustiças, guerras e ódios, todos fruto de um preconceito que não ve o outro como um igual, mas como um objeto: de conquista (missionária: o outro é objeto de conquista porque deve 'ser convertido', ele não interessa de outro jeito, só esse), de compaixão pela sua "tolice", de desprezo. E ainda estamos dispostos, mesmo disfarçadamente, a queimar em fogueiras quem for diferente de nós.
4. A depreciação da mulher. Depois de 2000 anos, depois da chegada da modernidade, dos direitos, da igualdade, ainda temos o descaro de tratar a mulher como prato de segunda mão. Ela pode, sim, trabalhar na igreja. Mas olha, só pode ser missionária... educadora religiosa... dar aula na EBD... ahhh, e a mulher do pastor é o substituto voluntário (ou forçado?) do pastor. Ela tem que estar onde se precise, não pode deixar de liderar a MCA, os jovens, as crianças, a EBD... ahhh! mas se a mulher ousar pensar em chegar a ser pastora, ou algum outro título semelhante, ai va a igreja medieval, com a Bíblia em mão, para dizer que "Deus não gosta disso". Claro, Deus não gosta se eu não gosto. E o homem é ciumento com seus títulos. Sinceramente eu não sei se poderia ser pastora, se aguentaria tudo o que esse cargo significa. Mas negar à mulher o direito de fazer o que ela quer fazer é a coisa mais retrógrada do mundo.
Além dos cargos dentro da igreja, a mulher ainda é banida, o seu corpo ainda não foi aceito pela sociedade. O curioso é que a negação do corpo da mulher foi acentuado, sim, desde o início da tradição, com o safado de Tertuliano colocando a culpa em nós pelo pecado, e com Agostinho, que para mim não tinha se resolvido totalmente... mas de forma teórica, porque se podem ver gravuras onde os vestidos medievais não tinham nada de discreto, pelo menos em questão de decotes... pero a era vitoriana tampou a mulher de cabeça a pés. O protestantismo tirou de nós uma das poucas coisas que tinhamos.
Engraçado, numa sociedade como a brasileira, onde o que mais se vê são corpos de mulheres nuas ou seminuas... mas elas não são mulheres, elas são objetos, coisas que despertam o desejo masculino, a cobiça masculina, mas nunca o respeito masculino. E por isso, as castigadas somos nós. Isto é, o cara não consegue olhar uma mulher sem respeitar sua integridade, sem controlar sua lascívia, e por isso nós devemos nos cobrir até os olhos. Criticamos a burka mas não aceitamos blusas de alcinha. Claro, os ombros são atraentes, e os homens podem ser seduzidos... fala sério! O homem que aprenda a controlar seu corpo e sua mente, que eu tenho o direito de me vestir como melhor me sinta! (porém, é necessário atender aos limites do vulgar... porque uma coisa é liberdade e outra libertinagem, e andar por ai peladona porque me sinto a vontade também já não da). Quem pensou, num calor de 40 graus, usar camisa de manga porque a alcinha "é do diabo"?
6. O conceito de pecado. Este foi a ferramenta mais eficaz para manipulação de massas na Idade Média, porque o sacerdote era o único caminho para obter o perdão dos pecados. Agora dizemos que vivemos sob a graça. Mas que graça é essa que exclui as pessoas da comunhão porque estão "em pecado", um pecado muitas vezes ditado pela cabeça do líder? Já ouvi falar que ir ao cinema era pecado... pera aí, o pecado prescribe? Se era tem que ser agora, ou então nunca foi pecado. Essa questão de pecado ainda não deixou de ser ferramenta de manipulação. Cada um diz que isto ou aquilo é pecado, e as pessoas são ensinadas a viver com medo do próximo respiro, porque podem "pecar", e Deus fica chateado com elas. Eu não sei mais se Deus se importa tanto com as coias que dizem que é pecado fazer. Se for pecado dançar, Deus foi muito injusto comigo me colocando para nascer num pais que se mexe ao ritmo da cumbia, da salsa, do merengue e do vallenato. A dança está no meu sangue, e prefiro "pecar" feliz a reprimir meus passos (que também não são lá a grande coisa) por um pecado que, pelo que tenho percebido, não é mais que herança cultural. Assim como as roupas, herdamos dos colonizadores estadounidenses (no caso dos batistas, pelo menos dos que conheço) uma demonização da cultura na qual eles deviam ser os estranhos, mas da qual fomos extirpados como sem perceber. E assim, dançar é ruim, se vestir conforme ao clima tropical é ruim, dependendo do credo beber é ruim... e se volta à alienação, que não ensina às pessoas que se bebem muito podem estragar o corpo, ou se fumarem demais vão ter câncer de pulmão... é mais fácil dizer que é pecado, que ai o medo da condenação eterna as vai mater longe de tudo o que se queira (o que aqueles, que sabem um pouco mais, querem).
7. A doutrinação automática dos "crentes". Já na Idade Média as pessoas eram ensinadas a aprender sem questionar. O que eles aprendiam, as doutrinas, era revelação de Deus (uma revelaçao manipulada, disfarce de poder político e econômico), e por isso mesmo não era para pensar, era para aceitar. E nas nossas igrejas estamos assim, ainda enfiando "conhecimentos" nas cabeças das ovelhas (tadinhas, muitas vezes "ovelhas" mesmo...), e elas aceitam sem questionar, obedecem sem protestar, acreditam sem pensar. E o que nós sabemos, não, eles não podem saber, não estão preparados. E seguem assim, num mundo de fantasia, sem indagar pelo Deus da vida delas, aceitando a versão de Deus que cada pastor dá, que cada denominação ou liderança dá. Porque, isso sim, cada igreja tem sua própria versão de "Deus". Muitas coisas que se poderiam ensinar, coisas simples, como a formação da Bíblia, como a autoria e a originalidade dos textos sagrados, são ocultados, como se saber que muito provavelmente Jonas nunca foi comido por peixe nenhum abalasse a fé em Deus. Ou, talvez seja por isso mesmo, porque o "Deus" que é ensinado não bate com um Deus recontado em diversas histórias, construido em diversas tradições. O "Deus" que aprendemos é imutável, inefável, imóvel. E o Deus dos hebreus era tudo menos isso. E o nosso Deus, nem temos um, só seguimos o Deus dos outros, o Deus que nos contaram como era. E ai vamos, igreja medieval em um mundo pós-moderno, imperfeito, que cada dia está pior. E ficamos brigando pela nossa verdade, obrigando os outros a nos ouvir (quantas vezes passei nas praças onde sujeitos pregam ou cantam, com todo o fôlego, sem pensar que talvez isso, em lugar de ser testemunho do amor de Deus, é fastídio para quem passa ou vive, trabalha ou fica ali). E distorcemos a verdade do evangelho, a simplicidade de Jesus, em meio de um monte de normas, dogmas (e se você não tomar a Santa Ceia... não vai ficar em comunhão com Deus nem com os outros), regras, proibições.
Jesus nos disse para amar ao próximo como a nós mesmos. Ele não especificou a religião, cor, sexo ou idade desse próximo. Só disse para amar. E esse amor não é aquele da boca para fora, tão comum e desgastado pelos "crentes" que saem repartindo "amor" por ai, falando a todo mundo que "Deus te ama". Sim, isso é verdade. Mas também é verdade o que disse Tiago, que se digo ao meu irmão que Deus o ama, mas não faço nada para suprir sua necessidade, para mostrar mesmo na pele o amor de Deus, não estou fazendo nada. Falar é, afinal, muito fácil. Cadê as ações? Cadê o compromisso com um Deus que morreu para dar vida ao mundo? Cada vez mais estamos mandando o mundo à morte, omitindo nossa responsabilidade na construção de um futuro, de um mundo melhor. Afinal, este mundo é máu. O homem é uma massa danada, condenado desde o início. Afinal, nosso lugar não é aqui, é lá no céu. Por isso estamos como estamos, porque se deixassemos de olhar tanto para o céu e olhassemos mesmo para quem está do meu lado, enxergariamos as verdadeiras dores, as verdadeiras injustiças, e o sangue ferveria nas veias, e nos levantariamos para fazer alguma coisa. Mas como este mundo não importa...
E ficamos presos, cativos na Idade Média, fechando os olhos e os ouvidos, os nossos e os dos outros, a fim de que a tradição seja continuada, a fim de que a hierarquia seja mantida. A fim de que a massa continue dominada, mansas ovelhinhas no rebanho do "pastor". Ai de nós, que temos tão grande responsabilidade pela ignorância e desespero dos outros!
12 de novembro de 2009
As Crônicas de Nárnia e teologia
Em cada um dos livros C.S. Lewis mostra um aspecto de Jesus. O primeiro narra a criação de Nárnia. Também narra a compreensão que Deus tem de nossas dores. Os dois protagonistas são aventureiros através de vários mundos, e conhecem assim a feiticeira que mais tarde vai assolar Nárnia, e também Aslam, o Grande Leão, no dia em que ele cria Nárnia. A parte mais bela, para mim, é a da criação. O autor descreve tudo com tanta eficiência que parece que a gente está lá no meio do nada, vendo o sol, surgir e os bichos pipocando da terra. É muito belo. E a música que Aslam canta é um modo de expressar as coisas que não tem comparação. Dá vontade de que fosse verdade tudo.
Uma das coisas mais interessantes no livro é que ele não é doutrinário. Ele é uma história mesmo, onde Lewis da vida ao que ele mais ama: Deuses e deusas gregos, faunos, dríades, anões, centauros, unicórnios, e sobretudo, animais falantes e uma natureza belísima, os quais convivem todos em harmonia (todos sendo súbditos de Aslam). Quando algo vai mal em Nárnia a relação harmónica entre estes seres e seu entorno natural é rompido, quando as coisas são ruins árvores são cortadas, rios são deixados de ver como algo bom, a floresta é tida como cheia de fantasmas por homens que não amam o seu entorno. Isto é importante num mundo onde o homem esqueceu que não é o dono e senhor, e que há muitas criaturas que compartem o planeta conosco, dependem da água, da floresta, do ar para viver. Coisas que, pouco a pouco, lhes estão sendo roubadas. Isto quando não lhes são roubadas as próprias vidas.
O que é mais impactante é a claridade do texto, pelo menos para quem é cristão ou conhece um pouco de Deus (sempre me perguntei como os não cristãos lêm o livro, como eles o interpretam. Talvez só vejam o conto de fadas. Espero que não). Você pode ver claramente o que C.S. Lewis pensava de Deus, o que era Deus para ele. Como já disse, cada livro mostra um aspecto diferente de Jesus. O segundo livro, que foi convertido em filme recentemente, mostra o Jesus que deu a sua vida por nós. No livro, Aslam dá sua vida pelo menino traidor. Mas na morte obtém a vitória. O terceiro livro mostra a atuação de Aslam em todos os momentos da vida de um menino chamado Shasta, apesar de que ele se sinta só ou esteja passando por dificuldades, Aslam está sempre perto dele. O quarto livro, que também virou filme, mostra a potência do chamado de Aslam. A menina, Lúcia, deve seguir o Leão, sem importar o que os outros pensem. Ainda quando eles não são capazes de ver o entender o que ela vê e entende, e ainda que os outros zoem ou a tomem por louca. Isto tem várias mensagens para os cristãos desanimados do seu caminho, muitas vezes solitário, como seguidores de Cristo. O quinto livro tem o final mais lindo que se possa imaginar. Depois de uma viagem fantástica no mar, até chegar ao Fim do Mundo, passando pela correção do caráter malcriado de um menino chamado Eustáquio, o qual é curado (porque virou dragão) só quando Aslam faz um tratamento com ele (depois do menino ter tentado, inúmeras vezes, sozinho), os protagonistas chegam a um lugar onde vem um cordeiro. Para nós, cristãos, é evidente de quem se trata. Este cordeiro vira Aslam, e diz aos meninos que eles devem procurá-lo e conhecê-lo pelo próprio nome no seu próprio mundo. Este final é tão expressivo!
O sexto livro fala da importância de seguir as instruções de Aslam (Jesus). Numa parte com muito significado, que revela o que Lewis falava aos críticos, diz que as palavras (umas palavras antigas, entalhadas na escadaria de uma cidade em ruínas), mesmo que tenham sido escritas há muito tempo e em outro contexto, se referiam exatamente ao que os meninos tinham que fazer (eles estavam procurando um príncipe perdido, preso embaixo das ruinas. As palavras eram parte de um poema, e só tinham restado estas: DEBAIXO DE MIM). Isto fala muito a quem diz que a Bíblia não tem mais valor, que é só um livro velho...
O sétimo livro é o mais triste. E ao mesmo tempo alegre. Ele narra o fim de Nárnia. Aqui todos os protagonistas dos livros anteriores se reúnem, todos menos uma, e assistem ao fim de Nárnia através de uma porta. Nárnia é destruida, as estrelas caem, o sol e a lua se fundem e são apagados para sempre pelo Pai Tempo, bichos enormes destroçam as florestas e acabam com tudo o que nelas existia. Tudo a uma ordem de Aslam. E o mais impressionante é a entrada de todos os seres de Nárnia pela porta. Uns amam a Aslam, e vão junto com os protagonistas. Outros o odeiam (tudo com o olhar), deixam de ser bichos falantes e somem na escuridão da sombra do Leão. Este último conto mostra a visão do mundo que tinha Lewis. Eu não concordo muito com ela, mas é magistral o modo como ele descreve tudo. Ele é platônico. Para ele o mundo de Nárnia que acabou era só sombra da Nárnia real, que é aonde se encaminham todos os seres que amam Aslam. Um lugar maravilhoso, igual à Nárnia antiga, mas muito mais "real", mais "vívido". Para quem quiser ler estes livros maravilhosos não vou estragar o final, só digo que tem uma surpresa inesperada no final, chocante mas maravilhosa, criadora de esperança.
Outra coisa interessante neste último livro é o encontro de Aslam com o calormano Emeth, que toda a vida procuro achar o seu deus, Tash, um bicho fedorento e horrível. Aslam diz a ele que o que ele procurou foi a ele mesmo, a Aslam, porque não se pode fazer o bem em nome de Tash. E diz ainda que muitos fazem o mal em nome de Aslam, mas é a Tash a quem servem. Coisa muito verdadeira em um mundo como o nosso, onde tantas vezes pessoas mataram e cometeram todo tipo de iniquidades em nome de Deus. Mas não era a Deus a quem serviam. E ainda, mostra um mundo onde as pessoas deixam de acreditar em Aslam. O macaco, que aparece no início do livro, se finge Aslam, e começa a destruir Nárnia, vendendo-a aos calormanos. Os animaizinhos da floresta, esquecidos das histórias de Aslam e de como ele é, pensam que ele de verdade é portavoz de Aslam e obedecem, sendo manipulados. Mais uma coisa que cai como luva para o nosso mundo, onde 0 evangelho deixou de ser verdade e passou a ser manipulação.
Assim, estes livros, de uma forma tão linda que dá vontade de chorar às vezes, mostra tudo o que era, na conceição de Lewis, o caráter de Jesus, com o nome de Aslam. E isto é o mais belo que estes livros tem, já que muitas vezes Jesus é tão afastado da gente, tão posto "lá no alto do céu", em um lugar tão inatingível, que as pessoas não o conhecem como o Deus que ama. E, nos seus livros, Lewis consegue isto. De uma forma simples ele consegue pôr Jesus pertinho, e nos faz sentir amados, mesmo quando erramos, nos faz sentir que de verdade Deus está conosco. E da vontade de estar em Nárnia, e poder abraçar, junto com os protagonistas, o Grande Leão.
É um livro que fala ao coração, enquanto fala à imaginação. Ensina, sem ser chato. Diverte, recreia, maravilha o leitor. É um livro onde a teologia se revela na sua forma mais simples, a teologia pessoal de um homem com seu Deus, posta no papel. Um livro, finalmente, onde se pode aprender muito sobre Deus, de uma forma que em muitos aspectos chega a ser mais eficiente e formosa do que os tradicionais métodos de "discipulado" ou "evangelização".
Este livro é um dos mais belos que já li na minha vida. Espero que para vocês seja, igualmente, um livro interessante.
6 de novembro de 2009
Mundo encantado
5 de novembro de 2009
Pele e dor
28 de outubro de 2009
Adão e a humanidade
Historicamente, é muito difícil conceber isto como verdade. Mas simbolicamente esta afirmação é muito importante. Todos descendemos de Adão. Cada ser humano é filho deste casal primordial. Se isto é assim, então todos somos iguais. O que significa que a "superioridade racial" é uma construção cultural, que defende o eu desprezando o outro. Por meio dela é mais nobre ser de uma determinada cor, morar em determinado pais, ter determinados costumes. Os outros são "o povinho", os inferiores, cuja cor, cultura e até pais são nada comparados com os do pessoal "nobre".
Assistindo um documentário percebi quanto há de absurdo no racismo. O documentário falava da Colômbia, meu pais, enfocando as diferentes raças e povos que nele moram. Há colombianos de gerações e séculos. Há colombianos ciganos, japoneses, alemães, árabes, que deixaram suas terras para vir se estabelecer no pais (porque, fala sério, Colômbia é tudo de bom, ne?). Eles se consideram colombianos. E não deixam suas culturas. Até ai tudo bem. Eles são de diversos povos, mas fazem parte do mesmo povo, o colombiano. Porém, começaram a falar em cores. É ridículo, em um pais resultado da colonização e migração de europeus, mistura de indígenas, negros e brancos, ver como pessoas morenas afirmam que são brancas, ainda se atrevendo a afirmar que "branco é a cor nobre". Se corrigindo depois, para não parecer racistas, dizendo que "negrito" também é nobre. Colombiano é um só povo, não importa a cor da pele. Ser humano é um, apesar das diferenças.
O racismo está tecido no DNA da cultura. Está no fundo do coração de muitos que não se consideram racistas. É uma praga que se misturou nos gens há muitos séculos, desde quando foi legitimada pela religião. Aquele velho papo de "Canaã era negro, ele foi amaldiçoado, os negros descendem dele". Quando foi que o europeu começou a se considerar superior, não sei, mas já na Bíblia temos relatos racistas, como quando o Esdras e o Neemias, judeus superiores, expulsam as mulheres moabitas, raça inferior. Os cristãos adotam até hoje estes textos para legitimar sua "exclusividade", como se fossem favoritos de Deus. Os povos, mesmo provenientes de misturas êtnicas, insistem em se separar do resto da humanidade, do resto dos seus próprios conterrâneos, e se declarar superiores. São muitos os exemplos de racismo que vemos nos filmes americanos. As brigas de gangues mexicanas com chinesas, negros com blancos, e toda a humanidade que mora num mesmo pais se destroi, um contra outro, por questões de "raça". O seriado "Todo mundo odeia o Chris" é muito engraçado. E ao mesmo tempo mostra como o racismo está na sociedade, como marginaliza as pessoas, classificando-as por sua cor ou proveniência. O Chris é um drogado, orfão, cheio de irmãos e sei lá mais o que na cabeça da sua professora, só pela cor da sua pele. Ele não tem direito ao ensino superior por ser negro. A professora não tem muitas esperanças de que ele passe dos 17 sem ter filhos ou morrer. E nem a polícia se preocupa quando ele ou sua família sofrem abusos ou perdas. Afinal, eles são simplesmente negros.
Isso é nos Estados Unidos, na Colômbia. E também no Brasil. O passado comum de todos nós, negro e vergonhoso, é a escravidão, que pôs os nativos deste continente, e aqueles que foram arrancados da sua mãe África, sob um jugo pesado que ainda não caiu. Não era só o trabalho forçado, era o rebaixamento. Eles não eram humanos, eram simples animais. Índios e negros não valiam grande coisa, só como bestas de carga e trabalho. Pode ser que agora não haja mais escravidão, mas este rebaixamento na sociedade continua. E o pior é que as próprias etnias se rebaixam. Muitos se sintem inferiores, ou são, por sua vez, racistas contra os "branquelos". E assim a herança de ódio e ressentimento, de separação entre a humanidade continua, se perpetua nas palavras, nas tradições, nas guerras.
Mas Deus no início fez o homem e a mulher. Fez um de cada, um que representa a humanidade. Adão não tinha raça. Ele era humano, e isso bastava. Ele, para mim, simboliza a humanidade unida. Tenha ou não existido históricamente, o que ele representa é algo para ser refletido, algo para ser divulgado. Muitos estão morrendo pelo racismo. Racismo que não é expresso mandando os negros ao fundo o ônibus, como antigamente, mas que ainda existe nos corações e nos pensamentos das pessoas, mesmo sem elas perceberem.
Só quando aceitemos que somos um, e que não há diferenças entre uma pessoa e outra, só quando aceitemos que somos todos parte do mesmo povo, que fazemos parte do mesmo tipo de ser, aquele que é capaz de criar e de destruir coisas, de construir edifícios e desenvolver tecnologias, enfim, que somos todos seres humanos, vamos conseguir ter paz.
Adão é um símbolo, um exemplo do que deveriamos ser. Um.
19 de outubro de 2009
Mundo tóxico
6 de outubro de 2009
Da arte de escrever
A Colômbia que ninguém conhece
5 de outubro de 2009
Do valor da dignidade
18 de setembro de 2009
A letra escarlate e o costume
Uma coisa que eu amei do livro é como ele mostra, tão claramente, o impacto que a sociedade tem sobre a vida das pessoas. Os protagonistas viviam numa sociedade rigidamente puritana, onde as crianças não podiam brincar e onde todos os aspectos da vida tinham a ver com a religião (pelo menos aparentemente). Um pastor era santo só pelo cargo que tinha. E um pecador era irremissivelmente condenado ao fogo do inferno, de acordo com a gravidade do seu pecado.
O autor faz um tecido maravilhoso de consciências humanas, costumes, ideias. O pastor e a mulher. Unidos pelo pecado. Afastados pelas aparências. E a consequência do seu pecado, manchada no caráter por este mesmo pecado.
Hester é um modelo de sofredora. Numa sociedade que tinha esquecido que Deus é misericordioso e perdoa o pecador, que tinha degradado Hester a mais ínfima das posições na escala social, rejeitada, humilhada e criticada por todos, evitada como se tivesse uma doença mortalmente contagiosa, ela luta por viver. Ela não foge, aceita sua condenação com paciência, consciente de que é merecida. (Aqui tem um aspecto da mentalidade daqueles dias.) Ela vive sua vida procurando apenas se manter e manter a sua filha, a quem não entende. Borda com paixão o seu martírio, a letra vermelha, como se fosse algo digno de orgulho e não de dor. Nem acusa ao pastor, covarde e mentiroso, pela sua ação. Ela é rebelde, no meio de tudo. Não se deixa levar pelas humilhações, não desiste. Continua sempre, fazendo cada vez mais belos trabalhos, vestindo a sua filha como se fosse uma princesa.
O pastor Dimmesdale. O hipócrita. Tanto nessa época como hoje, tantos vão por ai com uma máscara de santidade, mostrando ao mundo o bons e virtuosos que são. Mas o autor não o deixa impune. Ao contrário de hoje, a sociedade de outros tempos tinha consciência dos seus atos. Se ninguém sabia o adultério do pastor, Deus sabia. E ele sabia disso. Por isso sua alma foi cada vez mais atormentada, suas leituras da Bíblia não lhe revelaram o amor e a compaixão de Deus. Se sabia condenado para sempre. (Conforme ao pensamento puritano da época) E queria confessar. Muitas vezes quis confessar. Porém, as aparências ganhavam. O medo do que os outros falassem, o medo de afrontar as consequências do pecado fechava a sua boca, fazendo-o mais culpável, por deixar a mãe da sua filha afrontar a punição sozinha. Esta personagem vive ao longo do livro um conflito intenso, que o desgasta, o martiriza mais profundamente do que a letra fazia com Hester, acaba com a sua razão e com sua vida. Ele foi vítima do seu pecado, afinal. Seu pecado maior, que não foi o adultério. Foi a hipocrisia.
Pearl. "Filha do pecado", o autor lhe da um caráter ao mesmo tempo rebelde e independente, original. Ela, ao ser gerada fora dos padrões estabelecidos pela sociedade, nasce diferente aos outros. É única. Sua mãe não a entende os outros a rejeitam. Pequena e linda, desde cedo aprende a se defender dos outros, das opiniões dos outros, dos ataques dos outros. Se afasta assim do contato humano, não só dos que a rejeitam, mas também da sua mãe, que como já disse, não sabe como lidar com ela. Nathaniel Hawthorne faz de Pearl o reflexo do seu pensamento. Ele era puritano convicto, mas dentro de si não aceitava as convenções. Achava injusto o que eles fizeram com Hester. E assim, fez de Pearl uma criatura livre de convenções humanas, flutuante, livre como um pássaro, que é a descrição mais frequente que ele faz da menina. Porém, o autor se recusa a condenar completamente a sua sociedade. Assim, Pearl, o passarinho livre, só vira ser humano completo, só fica gentil e amorosa com sua mãe e os outros quando o pecado do pastor é revelado, quando ela descobre a sua culpa, ou melhor, a culpa dos seus pais, e entende porque ele andava sempre com a mão no coração, e porque sua mãe carrega a brilhante letra escarlate no seio. O pecado revelado da à menina uma consciência moral que ela não tinha.
O médico Chillingworth. O marido traído. O vingador. A outra face do pecado. Ele é vítima, mas ao empreender o seu plano de vingança contra o pastor, vira um pecador também. Ele é muitas vezes comparado com o demônio, feito inumano por guardar maldade em seu coração contra outro ser humano. Hawthorne escreve tão bem que se pode até imaginar seu coração apodrecendo no meio do peito, comido pelo rancor.
Este livro espelha não somente os costumes da sociedade puritana, suas crenças, seu folclore, mas também é uma janela para o caráter e pensamento do seu autor. Ele nos faz refletir muitas coisas, como o peso da sociedade sobre as pessoas, a grande parte que os costumes e ideologias de cada sociedade têm na vida privada do indivíduo, na sua própria consciência. Na atualidade um casal de adúlteros seria apenas mais um do montão, o caso se resolveria tranquilamente com o divórcio e os "pecadores" nem estariam ai para o que os outros pensassem. Mesmo na igreja, muitas coisas se fazem em baixo do tapete, desde que nenhum irmão saiba, tudo bem. A nossa conciência cada vez mais está ficando adormecida, relativa.
É interessante ver, no livro, como as personagens se debatem com a sua consciência, que foi sendo formada desde seu nascimento, conforme às crenças, conforme ao que se considerava bom e correto. Hester, que aceitou a culpa e o castigo, se pergunta se algum dia Deus irá perdoar ela. O pastor, cuja culpa está escondida às consciências de todos, se atormenta pela sua hipocrisia e porque sabe que, apesar de tudo, Deus sabe de seu pecado. E se acha mais condenado ainda que Hester, pois sua covardia não o deixou confessar o crime. O doutor, tão entregue está à sua vingança que não pensa em Deus, nem na piedade, nem na salvação. Só no final admite ser condenado, também, pela sua maldade.
Esta consciência de culpa é totalmente oposta ao nosso cristianismo moderno. O pessimismo antropológico de Lutero ficou no passado. Agora sabemos que temos perdão. O Deus da Bíblia não nos condena, ele tem misericórdia de nós. E ai temos outro ponto de reflexão. As diferentes interpretações da Bíblia. Como é possível que esse pastor, que pregava cada domingo um belo sermão, que lia a Bíblia com devoção, não tenha encontrado nas suas leituras a misericórdia e o perdão de Deus que nós lemos, que nós encontramos? Como a concepção de Deus pré-moldada que se tem na sociedade pode estabelecer os parâmetros para entender o que lemos? E ainda dizem que cada um interpreta ao próprio modo. Cada um interpreta seguindo o modelo que aprendeu desde sempre! Por mais que o pastor Dimmesdale lesse e relesse textos como João 3,16, ele nunca ia ver nele o amor de um Deus perdoador. Ia ver o amor de um Deus que ama a quem é socialmente íntegro, socialmente correto, responsável e puro.
"A letra escarlate" é um livro fantástico. A leitura é absorvente, se tem vontade de saber o que vai acontecer com tão atormentadas personagens, se sofre pela dor de Hester, da raiva pela covardia do pastor, se odeia o médico cruel. E no entanto, se conhece uma sociedade que foi precursora da atual sociedade americana (se eles vieram ver como esta USA agora!! iram morrer de novo em segundos... de um ataque). Se percebe até que ponto a sociedade pode magoar as pessoas, pode fazer das pessoas alguém digno ou alguém miserável. E se vê até que ponto estamos presos na nossa sociedade, amarrados aos nossos costumes, crenças e ideologias. E se levanta (pelo menos em mim) a rebeldia. Dá vontade de entrar na situação só para defender a pecadora, para levantar sua moral, para opinar. Mas o puritanismo já foi. Agora temos é que opinar na nossa sociedade, mudar as coisas erradas, sair da gaiola do costume.
16 de setembro de 2009
Um ano... passa voando!!
4 de setembro de 2009
E a vida sigue...
1 de setembro de 2009
Vida Frágil
E ai tantas confusões, tantas dúvidas e problemas, tanto caos que formamos dentro de nós mesmos, atormentando os nossos dias sem saber como parar, ficam de lado. E vemos que a vida é mais que problemas, mais que dúvidas, mais que lamentos. E que devemos aproveitar cada minuto dela, porque talvez em cinco minutos já não estejamos neste mundo.
E pensamos em Deus. Pelo menos eu pensei em Deus. No meio de tantas coisas que se falam de Deus, no meio de tantas versões de Deus (Deus caixa de banco, Deus-faz-milagres-quando-eu-quero, etc), no meio de tantas dúvidas e tantas palavras faladas por ai, vi que Deus é, sobretudo, esperança. É bom saber que ele nos cuida. É bom saber que ele nos ama apesar de sermos tão fracos e falhos e ruins. É bom saber que ele está conosco nos momentos mais tristes da nossa vida. E é bom saber que quando morrer, estaremos com ele. Talvez seja algo que nem todos acreditem, mas é o que me da forças, é o que eu acredito. Algo tão simples de pensar, que ainda não entendo porque as pessoas pegam essa esperança e a colocam numa caixa fechada, à qual se tem que chegar por meio de rituais, sacrifícios, coisas faça-não faça. Como se Deus ligasse para as convenções humanas. Como se ele se interessasse no tamanho da saia, do cabelo, da alcinha da blusa. Como se ele classificasse as pessoas pelo seu jeito de vestir e se expressar. Para mim o que Deus vê é o coração. Está escrito na Bíblia, essa Bíblia que é tão usada por ai, tão levada em baixo dos braços de tantos, mas que muitas vezes é usada só de adorno, ou para tirar dela coisas que ela não diz.
Talvez seja bom não pensarmos que vamos morrer. Se vivessemos pensando isso, nada fariamos, viveriamos com medo, medo de morrer. Mas também não podemos deixar de ter consciência da nossa fraqueza. Somos frágeis, devemos nos cuidar, e sobretudo aproveitar ao máximo o que a vida nos ofereça. Mesmo nas dificuldades mais difíceis, onde nos sentimos presos, como se não tivessemos saída, devemos lutar, esperar, sonhar. E saber que Deus está conosco. Isso dá um consolo à alma que é difícil sentir imaginando que estamos sozinhos no mundo. Que bom que Deus cuida da nossa vida frágil!
20 de agosto de 2009
Voltando...
Bom, depois do desabafo obrigatório (afinal o blog é bom para desabafar...), só quero dizer que o mar está morrendo. Estamos fazendo dele o nosso grande lixão. Até quando vamos tomar consciência? Os corais estão morrendo, abafados pelo lixo que é jogado no mar, desde eletrônicos até camas, cadeiras, celulares. As piadas dos Simpsons, que achamos tão engraçadas, só refletem a nossa realidade e a nossa irresponsabilidade...
Outra coisa, ainda tenho dúvidas sobre metade das coisas que ouço falar por ai... ainda estou muito desconfiada das pessoas, sobretudo aquelas que andam por ai com carinha de "santas"... ainda fico pensando na sinceridade de certos cantores, pregadores, mercenários que usam o nome de Deus como eles bem entendem... já até ouvi falar de um martelo que faz milagres!!
Talvez estou sendo excessivamente crítica (na verdade sou consciente que sou mesmo uma crítica extrema), mas... o que posso fazer? Cada dia vem com um novo absurdo!
Bom, o importante é agir, não ficar só na crítica... porém as vezes queria voltar a ser aquela ingênua que achava tudo tão liiiiiindoooo, tudo tão "espiritual"... o que é pior?
Para finalizar, falo o mesmo que no início: voltei... bem ou mal, aqui estou, com um novo semestre para enfrentar, dudas, medos e confusões que ressolver, muitas pessoas das quais sentir saudades... bastante para estar ocupada por agora!