Semana passada aconteceu uma tragédia pessoal que me fez pensar no frágeis que somos. Nós sabemos que algum dia vamos morrer. Temos consciência disso, só que nunca esperamos a morte hoje, nem amanhã. Sempre a vemos como algo que virá lá longe. E quando ela vem e leva com ela alguém querido, alguém que pensávamos que viveria até chegar à velhice, alguém que tinha tudo para continuar com vida, vemos que não somos nada, que não somos donos dos nossos dias, que a morte está por perto, e que não vai avisar quando ela vir por nós.
E ai tantas confusões, tantas dúvidas e problemas, tanto caos que formamos dentro de nós mesmos, atormentando os nossos dias sem saber como parar, ficam de lado. E vemos que a vida é mais que problemas, mais que dúvidas, mais que lamentos. E que devemos aproveitar cada minuto dela, porque talvez em cinco minutos já não estejamos neste mundo.
E pensamos em Deus. Pelo menos eu pensei em Deus. No meio de tantas coisas que se falam de Deus, no meio de tantas versões de Deus (Deus caixa de banco, Deus-faz-mila

gres-quando-eu-quero, etc), no meio de tantas dúvidas e tantas palavras faladas por ai, vi que Deus é, sobretudo, esperança. É bom saber que ele nos cuida. É bom saber que ele nos ama apesar de sermos tão fracos e falhos e ruins. É bom saber que ele está conosco nos momentos mais tristes da nossa vida. E é bom saber que quando morrer, estaremos com ele. Talvez seja algo que nem todos acreditem, mas é o que me da forças, é o que eu acredito. Algo tão simples de pensar, que ainda não entendo porque as pessoas pegam essa esperança e a colocam numa caixa fechada, à qual se tem que chegar por meio de rituais, sacrifícios, coisas faça-não faça. Como se Deus ligasse para as convenções humanas. Como se ele se interessasse no tamanho da saia, do cabelo, da alcinha da blusa. Como se ele classificasse as pessoas pelo seu jeito de vestir e se expressar. Para mim o que Deus vê é o coração. Está escrito na Bíblia, essa Bíblia que é tão usada por ai, tão levada em baixo dos braços de tantos, mas que muitas vezes é usada só de adorno, ou para tirar dela coisas que ela não diz.
Talvez seja bom não pensarmos que vamos morrer. Se vivessemos pensando isso, nada fariamos, viveriamos com medo, medo de morrer. Mas também não podemos deixar de ter consciência da nossa fraqueza. Somos frágeis, devemos nos cuidar, e sobretudo aproveitar ao máximo o que a vida nos ofereça. Mesmo nas dificuldades mais difíceis, onde nos sentimos presos, como se não tivessemos saída, devemos lutar, esperar, sonhar. E saber que Deus está conosco. Isso dá um consolo à alma que é difícil sentir imaginando que estamos sozinhos no mundo. Que bom que Deus cuida da nossa vida frágil!
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