
Primeiro, o estatuto. Tanto o estatuto em si, como a forma como está sendo introduzido entre nós, fazendo a gente engolir um monte de regrinhas puritanas da noite pro dia, querendo "moralizar" o pessoal (como se não beber e fumar fosse sinônimo de moralidade, pureza e integridade), estão sendo demais. Em lugar de criar um senso de unidade, em meio à crise que o seminário enfrenta, dá raiva. A solução não é bater nos alunos. A solução não é tratar as pessoas como crianças pequenas.
Se sabe que muitos dizem que o seminário tem má fama. Mas, como disse um professor, se aqui tem pessoas "que agem errado", não é pelo seminário. Não é um "efeito de perdição" exercido pelo seminário. Elas já vem assim de suas casas, suas igrejas. Quando se mete todo mundo num saco e se diz que todos são um bando de safados, que fazem um monte de coisas erradas, se generaliza. Nem todos são assim. Na verdade, em meus três anos de aluna, não vi ninguém fumando, se drogando nem fazendo todas as coisas que as pessoas que nunca vieram na vida dizem que se fazem aqui.
Em lugar de vir impondo coisas, porque não fizeram uma assembléia? Quando foi que os "representantes dos alunos" perguntaram aos alunos o que eles pensavam? Afinal, todos moramos aqui, seja por vontade ou por necessidade (este é o caso mais comum), e todos queremos que o seminário supere a crise, que melhore, que mais alunos venham.
Pode ser que tudo seja feito com a melhor das intenções. Mas vir empurrando um estatuto em cima das pessoas, fazendo-as assinar sob pena de "ser convidadas a deixar a casa", é demais. Não tem nada de moral. Vira ditadura. E para mim a solução não é a ditadura. Não é o fanatismo. Claro, há que estabelecer regras. Mas acho que é melhor fazer isso unidos. Estamos ou não no mesmo barco?
Uma última coisa. Uma coisa que ouvi. No momento, por respeito, e cansaço, o unico que fiz foi ficar olhando pra quem disse isso, quase como se o que ouvi não tivesse sido dito. Mas foi. E foi absurdo. Dizeram-me que no futuro (espero que haja, um futuro), não se usará mais a palavra "velha" para nomear a/o colega de quarto. Não porque é falta de respeito, não porque é uma palavra feia. Não. Uma tradição de mais de 100 anos deve mudar porque quem disse isto pensa que quando dissemos velha estamos invocando espíritos. Espíritos!! Acaso aqui tem alguém que pratica espiritismo? Tem mães de santo entre nós? Eu não compreendo como se pode enxergar uma tradição inocente e engraçada dessa forma. Ah, fala sério! Agora temos que procurar uma palavra "melhorzinha"? Com tudo o que há para ressolver, ainda há tempo para besteiras deste tipo! Repito: Fala sério!
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