Conhecimento
Um dia o homem acordou, e se encontrou em um mundo vasto, desconhecido, fascinante. E o homem se perguntou o que fazia neste mundo, olhou para o céu e se perguntou o que haveria lá, olhou para a natureza e ficou encantado com a sua beleza, e se sentiu tão pequeno quando enfrentou a majestade enorme do mar... e ainda não soube o que fazia neste mundo.
Assim, o homem começou a recorrer caminhos, a descobrir lugares, a procurar respostas. Ele começou a caminhar nas sendas do conhecimento, e descobriu o que, na sua opinião, era verdade. Depois pesquisou mais a fundo, e viu que o que achou verdade não era tal. E continuou, continuou... e o homem nunca mais deixou de avançar na sua busca, na sua sede de conhecimento. Dizem que o conhecimento foi fruto do pecado de Adão... mas o conhecimento faz parte da alma, faz parte da nossa própria natureza. O homem quer saber. Mesmo que seu conhecimento seja baseado em hipóteses. Mesmo que o que ele descubra mais adiante seja superado. O importante é saber, aprender, descobrir cada vez mais o mundo que o rodeia.
Dizem por ai que querer saber muito é pecado. Que a razão é vã. Pode até ser, a razão muitas vezes se enalteceu muito mais do que devia (afinal, a razão humana é limitada...). Ainda assim, a razão é central na vida do homem. O homem é um ser racional. Demonizar a razão é tão absurdo como dizer que o homem está marcado pelo pecado, que, como dizia Agostinho, somos todos uma massa de condenados. Deus nos fez seres racionais, e nos fez seres livres. O homem tem muitas capacidades, e é seu dever usá-las. É seu dever tomar nas suas mãos a própria liberdade e viver, sabendo dos perigos que a liberdade traz consigo mesma, mas se arriscando mesmo assim a usá-la. Conhecimento de si mesmo também faz parte do ser humano, que se pergunta o por que está neste mundo. O homem quer conhecer o mundo, mas tem também que se conhecer ele mesmo, saber seus limites, saber suas capacidades, suas fragilidades.
Quando o homem deixar de olhar para o seu mundo, e deixar de se questionar, sobre o mundo e sobre ele mesmo, ai o conhecimento vai acabar. E ai não vai importar se ele tem liberdade, já que não saberá como usá-la. Não importará mais ser humanos.
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